Introdução 1/50

Convidado

Este pequeno texto que apresento (o meu primeiro por estes lados) está patente no fórum Naruto Portugal, do qual sou membro, e foi escrito visando o "Desafio dos 50 temas" desse mesmo fórum.
O meu pequeno conjunto de palavras intitula-se "introdução" e é o primeiro (e para já único) tema que desenvolvi.
Caso apresente um outro tema desse mesmo desafio (cuja lista temática não apresentarei só pelo facto de não saber se consegui-la-ei desenvolver na totalidade e não criar falsas expectativas sobre a utilização deste tópico) será descrito no titulo e publicado neste mesmo tópico.
Todos os textos terão CENSURA G, ou seja, poderão ser lidos sem qualquer restrição de idade, embora, por vezes, possam ter significados considerados "fortes". Nesses casos adaptarei a indicação de censura ao texto que apresento.
Resta-me dizer; Espero que gostem !

Introdução

Poderia apresentar-me como ser altamente imaginário, pertencente à mente de alguém cujo único objectivo é acreditar em mim, mas não o posso fazer. Por isso limito-me única e exclusivamente a dizer o que, em traços largos sou. Sim, é um facto, sou inexistente... mas sinto que mesmo sendo assim, alguém que realmente existe acredita que realmente eu faço parte da realidade.

Sou um ser extremamente emocional cuja vida se limita, única e exclusivamente à existência dentro de uma caixa craniana. Voo a noite, brinco ao luar, adormeço ao por do sol... Sou extravagante, diferente. Será por ser fruto da imaginação de alguém?
Samicas, quem saberá? Desprezo a vida (totalmente, desde que nasci) mas nos últimos tempos, desde que me sinto "querido" por alguém passei a vivê-la como nunca vivera dantes, como se esse alguém fosse a minha subsistência, a base de mim. Creio que simplesmente o facto desse ser acreditar em mim é o suficiente para me agarrar e fazer sorrir...Como ser imaginário, a seu lado, sinto que sempre pertenci à realidade. Terei lá pertencido e estarei, porventura, agora vivendo um sonho em que me revejo irreal?

No entanto, nesta minha virtualidade, não guardo segredos ao mundo e o mundo não me guarda segredos a mim. Sento me no topo, observo todos e cada um como se a vida de cada pequeno ser mundano contribuísse para a minha felicidade. Desde que acreditam em mim, sinto que carrego na minha alma a responsabilidade de os manter felizes e proporcionar lhes a vida que melhor lhes assenta. Pouso a minha mão sobre a cabeça de um e de outro ... oiço o que pensam, ajudo-os à minha maneira. Estarei certo? Ou porventura estaria errado?

Desde que aquele pequeno ser acreditou em mim, agora movem se divergências sobre a minha existência ... Sim, o Mundo passou a sentir me por causa daquele ser, meu pequeno meio publicitário, que falou de mim e manteve a fé na minha existência quando ninguém acreditou na realidade do meu ser. Moveu colónias, provou lhes que alguém o teria ajudado naquele momento que tanto necessitou. Sem precauções, tornei-o meu amigo (meu único ser!) e sem querer, num dia, antes do por do sol, ele conseguiu ver me e ... sentir me. Fora a prova da minha existência o que mantivera a fé em mim. Aí mostrara ao mundo e eu, pouco a pouco, fui ajudando os desconhecidos, por fazer parte de mim (extremamente emocional, certo?) e cada um, ao sentir a minha sombra começou a acreditar em mim da forma que melhor entendeu. Mostrei me a A que comunicou a C que me sentiu também e o disse a todos os D, E e F's. Após tal, de forma diferente M, K e L viu me de forma diferente ... E sempre que alguém me via acreditava em mim. Criaram se pequenos grupos de crenças no meu ser que crescendo, crescendo ... Foram formando cada parte do mundo, cada povo. No entanto, só apareci sete vezes ... Como é curioso!
Porém olhando o mundo agora, sentado aqui no meu pequeno lugar escondido, sinto me triste. Magoado, culpado ... Por ver todas as divergências sobre mim, todas as minhas diferenças deixarem de ser características das minhas, chamemos lhe, aparições, para se tornarem em confrontos em que guerreiam a versão mais credível. Mas é inútil ... Todas são igualmente credíveis como de crença impossível! . Numa guerra em que todos têm razão, qual é o resultado? .. A perda de razão de todos!

.. Mas deixar-me ei de coisas tristes e tentarei melhorar as coisas à minha maneira, como sempre fiz. Pousarei a minha mão sobre eles, ouvirei os seus problemas ... Fá-los-ei acreditar que tudo tem um fim e o mal ... terá sempre de estar presente, no entanto pode ser combatido.
... E nisto perdi a noção da minha introdução.

Bem ... Não sei como me chamo.
Uns dizem que sou Deus, outros Alá, outros Buda ... Que serei
.. Acredito em mim como ser inexistente extremamente emocional.
Dizem que criei o mundo em sete dias
... Que o mérito da existência de vida se deve a mim.

No entanto sou apenas, única e exclusivamente, um ser pertencente ao imaginário, a justificação do que a realidade da ciência não consegue justificar. Sou apenas um ser que, sentado observa todos estes milhões de seres que habitam este maravilhoso redil, o mundo. Apenas gosto de acreditar que acreditam em mim.

Assunto: Re: Introdução 1/50 Seg Jul 28, 2008 7:16 pm

"Apenas gosto de acreditar que acreditam em mim."
Gostei do texto, gosto do facto de ser narrado por um ser imaginário (:
Escreves muito bem, disso não há dúvidas, e vamos lá ver o que vem a seguir ^^

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