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 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)

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MensagemAssunto: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSeg Set 17, 2007 1:00 am

Nome: 'Déjà Vu'

Status: Completa.

Shippers: Mel, Jen, os Tokio Hotel.

Tipo: Romance... E acho que só ^^

Censura: K+

Resumo: Mel sempre procurou libertar-se da gaiola onde vive e finalmente encantar o mundo. Nem que para isso precise dos Tokio Hotel...

Capítulo I – “Presente”


Ruídos perturbantes chegavam-lhe aos ouvidos. Conseguia distinguir, por entre o enorme leque de sons que ouvia, uma broca perfurando algo duro, talvez cimento, pensou. Rebuscando essa mistura de fracos estrépitos, conseguiu ainda apurar o som característico de uma grua em funcionamento, seguido de um enorme estrondo, talvez devido ao desabamento de uma pilha de desperdício em cima de um camião.

Rebolando na sua pequena cama de solteiro, uma pequena jovem tentava voltar ao seu repouso profundo, que tinha sido abruptamente terminado por toda aquela mescla de ruídos. Inspirou profundamente, demonstrando impaciência com aquele gesto, enquanto pegava na sua mole almofada e cobria os seus ouvidos com ela, numa tentativa frustrada de diminuir temporariamente a sua audição.

Permaneceu alguns minutos na mesma posição e, quando finalmente se apercebeu que não conseguiria voltar a adormecer, retirou a almofada de cima da sua face, pondo-a de lado num gesto irritado. Com os braços esticados lado a lado, lembrando quase uma figura bíblica, abriu finalmente as suas orbes, fitando o tecto imaculado por cima de si, como que absorta em pensamento. Num acto desta vez nada bíblico, praguejou de forma quase inaudível, sentando-se num movimento rápido e, esfregando os olhos, desabafou para ninguém em particular:

- Estúpidas das obras, tinham logo que começar agora…

Lançou um bocejo, desta vez bastante audível, e procurou por baixo da sua cama por um par de chinelos. Calçou-os num ápice e dirigiu-se, cambaleando levemente, para o seu guarda-fatos, onde procurou por uma peça de roupa específica, escolhida de véspera para aquele dia especial. Observou o conjunto negro de que tanto gostava. Pegou nele mais uma vez, colocando-o em frente a si, de forma a que pudesse ter uma ideia, apesar do pijama fresco que usava, de como lhe assentaria. Feliz com o resultado, sorriu e numa voz confiante avisou:

- Passadeira vermelha, espera por mim.


---



O som que escapava pela porta entreaberta da casa-de-banho cessou abruptamente, uma leve cantoria finalmente já não abafada. Deixando por trás algumas pegadas molhadas, a jovem saiu do banho, limpando-se e vestindo-se numa rapidez que denotava rotina. Lustrando o embaciado espelho, começou a arranjar o seu longo cabelo preto, escovando-o lentamente, cantarolando baixo.

Na sala daquele pequeno apartamento, instalado num prédio de apenas cinco andares, uma grande cabeleira loira destacava-se. A sua dona encontrava-se com as suas pernas cruzadas, balançando lentamente o seu pé elevado, quase como que marcando o ritmo da música que lhe chegava aos ouvidos do outro compartimento mas, na verdade, aquele movimento era apenas um reflexo da sua impaciência.

Sugando lenta e calmamente um cigarro, soltando de seguida uma longa baforada alva, a loira virou o seu pescoço num ápice, elevando a sua voz de modo a que chegasse intacta aos ouvidos da sua companheira:

- Já viste que horas são?! Mas despachas-te com isso, ou não?!

Como que respondendo à pergunta, a morena surgiu na sala, escova em punho e cabelo molhado. Com um sorriso quase cínico, já habituada àquele feitiozinho explosivo da sua amiga, usou a sua mão livre para arrancar o cigarro da boca desta, segurando-o por entre os seus dedos como um minúsculo troféu.

- Devias ter acabado isto antes de me chamares – avisou, apagando-o contra um prateado cinzeiro num gesto violento – Já te disse que não quero que fumes dentro de casa. Acho nojento esse cheiro.

- Está bem, está bem – respondeu num tom enfadonho, como se aquilo lhe tivesse entrado num ouvido, para logo a seguir sair pelo outro. Levantando-se preguiçosamente, pegou numa câmera de vídeo pousada em cima de uma mesa de plástico meio improvisada, repousando mesmo ao lado de uma revista aberta onde, em letras garrafais, se podia ler um grande anúncio e, num tom mais animado, perguntou:

- Estás pronta?


---



Juntavam as suas forças, tentando mover o velho sofá do seu antigo poiso, procurando aumentar o pouco espaço livre de que dispunham. Empurrando-o ruidosamente, conseguiram finalmente um considerável lugar vazio, onde a morena se encontrava, tentando alisar alguns amassos que tinha na sua roupa. A loira analisou-a curiosamente.

O seu cabelo tinha começado a secar, o que provocava uma bonita cachoeira de caracóis pretos, que se estendia pelas suas costas até chegar a um nível pouco mais inferior do que os seus ombros. Os seus olhos perspicazes permaneciam fixados na roupa, que consistia num simples ‘top’ preto e umas corsário justas, com um pequeno desenho branco de lado, lembrando vagamente um narciso. Poderia facilmente passar despercebida vestindo algo tão inocente, mas a quantidade de acessórios e a maquilhagem escura denunciavam-na.

Parecia um pequeno anjo caído.

Como que acordando de um transe, a loira começou a dedilhar na mesa, demonstrando mais uma vez a sua impaciência. Balançando a barata câmera na mão direita, a jovem tentou ver se ainda ia a tempo de se livrar daquela missão.

- Tens a certeza de que queres fazer isto, Melody? Tu nem sequer…

- Já te disse para me chamares Mel como toda a gente, Jen – interrompeu a morena, quebrando o contacto com a sua roupa e dirigindo-o à amiga, esboçando um pequeno sorriso. – E sim, tenho a certeza. Isso - disse ela, apontando para a revista ao lado da mão de Jen, pousada na pequena mesa – vai tornar-me famosa.

Suprimindo um suspiro, como que já esperando essa resposta, Jen começou a preparar a câmera, pondo-a em ‘standby’ e posicionou-se no devido lugar, mesmo em frente a Mel.

Em cima da mesa, a revista permanecia aberta, um grande anúncio ainda à vista. Nele, destacavam-se dois rapazes que, segundo a informação, eram gémeos, apesar de possuirem estilos bastante distintos. Ambos sorriam e, por baixo deles, em enormes letras escuras decoradas, podia-se ler:

Quem faz anos são os gémeos Kaulitz, mas quem recebe a maior prenda podes ser tu!


---



Crítica construtiva é bem-vinda Wink


Última edição por Sol-chan em Ter Jul 22, 2008 12:10 pm, editado 18 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSeg Set 17, 2007 12:50 pm

Woooow, tu és, sem dúvida nenhuma,a pessoa que escreve melhor aqui.
Amei, simplesmente amei! Tenho a ligeira impressão (nada ligeira) que vou gostar muito da tua fic.
Continua rapariga, tu tens futuro!!

Spoiler:
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeTer Set 18, 2007 12:52 am

Pois bem ..realmente, nao se compara !
a tua forma de escrever e simplesmente fantastica Wink
continua Wink
Adorei a tua fic, como sempre !
küss ^^
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeTer Set 18, 2007 1:32 pm

Wee, ainda bem que estão a gostar! ^^

Bem, eu vou é postando devagar, porque as aulas estão aí e tal, e o tempo escasseia =/

Talvez poste de semana a semana, mas ainda não sei bem ^^

Obrigada pelos comentários Wink
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeDom Set 23, 2007 10:00 pm

Ola..

Sim tmb axu qe tu escreves mesmo muito bem..

*.*

E a fic parece muito interessante ^^

Posta rapidinho okey ?
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSeg Set 24, 2007 11:02 pm

Capítulo II – “Passado”


Quem entrasse naquela pequena e desarrumada sala naquele momento, poderia encontrar duas amigas à volta de um pequeno objecto, cabeças lado a lado e um sorriso estampado na cara. O pequeno objecto era uma câmera de vídeo rasca que Mel tinha comprado especialmente para aquele dia, especialmente para aquele vídeo que agora viam. Pelo ar de satisfação que elas transpareciam, o vídeo parecia agradá-las, apesar da fraca qualidade que a imagem tinha.

- Está óptimo! – exclamou Jen, afastando-se da outra rapariga quando o vídeo terminou. Mel tinha um ar orgulhoso, contente com o resultado da gravação – Tens mesmo jeito para isto!

Agradeceu, abrindo ainda mais o seu sorriso. Depois de várias tentativas, tinham finalmente chegado ao ponto perfeito que Mel desejava. Levantou-se, dirigindo-se à cozinha para saciar a sua sede, perguntando se a amiga tambem queria algo. Recebendo uma resposta negativa, procurou por um copo que logo encheu com água, enconstando-se ao balcão do compartimento, bebericando devagar, os olhos perdidos na paisagem que obtinha da janela aberta. Não conseguiu evitar pensar no passado.

Tinha perdido a sua família cedo, logo sempre fora solitária. Por causa disso, tinha dificuldade em confiar nas pessoas. Aprendera desde cedo a desenvencilhar-se sozinha, arranjara sempre os seus rasgados trocos que trocava por uma refeição e, num dia de sorte, talvez até conseguisse comprar uma camisola mais quente.

Ganhava dinheiro cantando. Às vezes na baixa, às vezes na saída do metro, lá estava ela, pequena mas imponente, no topo do mundo com apenas uma humilde caixa de madeira sob os pés. Cantava com a sua alma, logo a voz fluía como um riacho que corria de encontro aos ouvidos dos transeuntes, implementando-se suavemente no seu consciente, forçando-os a pegar na carteira, nem que fosse para dar apenas uma mísera moeda.

Ao fim do dia, enquanto recolhia o dinheiro e a sua trouxa, gostava de observar quem passava, principalmente as famílias. Perguntava-se se algum dia teria alguém assim, que ajeitasse amorosamente a sua roupa, pondo um pequeno boné na sua cabeça por causa do Sol, beijando levemente a sua testa em seguida e que sorrise, apenas, quando visse o resultado do seu trabalho.

Todos os dias pedia por esse alguém.

Tinha conhecido Jen num dia de chuva. Lembrava-se bem desse dia, do frio que tentava ignorar mas que lhe enregelava os ossos, da tosse que tentava controlar mas lhe queimava a garganta, do calor que procurava mas não encontrava. Cabisbaixa, enrolando-se para se tentar aquecer, uma Mel de doze anos encontrava-se por baixo de um toldo de uma loja fechada, ao abrigo da chuva mas não da solidão.

Nunca esqueceria a sua surpresa quando viu uma mão esticada na sua direcção, pertencente a uma jovem rapariga loira, com um guarda-chuva verde na sua mão esquerda. De como a tinha olhado de cima a baixo, a boca semi-aberta, os olhos esbugalhados, o coração acelerado. Jen, com apenas vinte anos na altura, sorriu-lhe afavelmente, aquecendo pela primeira vez aquela alma gélida.

Recordava o movimento dos lábios dela, porém o som que saíra deles tinha já sido apagado pela memória ou, talvez, nunca tivesse prestado atenção a ele, demasiado concentrada em reter aquele calor, temendo que aquela fosse a última vez que o sentiria. Hoje, podia dizer que nunca tinha estado tão enganada na sua vida. Jen tinha-a salvo daquele mundo em que se tinha enclausurado, aparecendo com uma luminosidade que afogou toda a escuridão em que se encontrava.

Aceitou aquela mão sem hesitar.

Alguns anos depois, naquela cozinha minúscula naquele prédio velho, podia-se encontrar aquela mesma pequena rapariga, recordando aqueles mesmos momentos. Agora com dezassete anos, mas com a mesma independência de antes, ela lavava o copo que demorara tanto tempo para beber, focando os seus pensamentos no futuro, preparando-se para o grande passo que ia tomar.

E, quem sabe, talvez pudesse vir a mudar a sua vida.


---



- Dá-me aí a morada, que eu escrevo-a num instante.

Jen tinha um envelope à sua frente, uma caneta na mão e o vídeo noutra. Pousando-o, olhou para Mel, que se se encontrava sentada no sofá, já no seu lugar habitual, com a revista em punho, lendo um artigo desinteressadamente. Obedecendo, folheou-a até encontrar a foto dos dois gémeos. Esquadrinhando o anúncio, recitou a morada que encontrou. Enquanto Jen a escrevia, tentando fazer uma letra minimamente legível, – tarefa algo complicada – Mel passou os seus olhos pela fotografia, observando os rapazes. “Tão diferentes,” pensou. Aproveitou e leu mais uma vez aquele anúncio que lhe tinha chamado a atenção na semana passada.

Como todas as Braveiras devem saber, os gémeos do momento, Bill e Tom Kaulitz, da banda Tokio Hotel, completam no dia 1 de Setembro mais um aninho de vida! Como sabemos que todas vocês os adoram, – tal como nós :) - temos um mega-passatempo. Falámos pessoalmente com a banda e eles adoraram a ideia por isso, se tens uma boa voz, chegou a altura de a mostrares!

É isso mesmo, os Tokio Hotel estão à procura de uma Braveira disposta a gravar um single com eles, que será depois lançado com videoclip e tudo! Só tens de gravar um vídeo em que cantes uma canção completa (pode ou não ser dos Tokio Hotel) e mandá-lo para a morada que vem no fim da página.

“Estamos muito entusiasmados com esta ideia!” disse o Bill, quando proposemos este passatempo. Por isso, não os deixes ficar mal! Manda já o vídeo e, quem sabe, possas vir a ser uma estrela! Ainda mais, ao lado destes meninos lindos. ;)


Riu-se baixinho. Esta revista tinha uma maneira de escrever tão juvenil, para atrair o seu público-alvo, que chegava a ser engraçada. Levantou os seus olhos, vendo Jen terminar de escrever a dita morada e levantou-se, para ver o resultado.

Enquanto punha a cassete do vídeo dentro do envelope, sentia o olhar de Jen preso nela. Lançou-lhe um olhar inquisidor. Jen suspirou, abanando a sua cabeça e murmurando inaudivelmente.

- Sei o que estás a pensar – informou Mel, parando para lamber o envelope – Que me importa o facto de não gostar dos Tokio Hotel?

Fechando o envelope com um movimento rápido e brusco, segurando-o ao nível do peito, afirmou secamente:

– Só estou nisto por causa da fama.


---


Comentem, bitte ^^


Última edição por em Sáb Set 29, 2007 9:28 pm, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSeg Set 24, 2007 11:37 pm

Cada vez gosto mais e ..cada vez sou mais surpreendida pela tua FANTASTICA maneira de escrever !
Sem duvida que nao paras de evoluir (e isso e bom !!) e cada vez me cativas mais Wink
Boa, paH !
Continua ! =)
Küss ^^
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSex Set 28, 2007 4:12 pm

Ta linda mesmo!!
Continua!!
Kiss!!
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSex Set 28, 2007 7:45 pm

Eu amo a tua fic, mas amo mesmo!!
Escreves tão bem *_* Quem me dera escrever assim
Gostei do pormenor de descreveres a câmera como rasca, tão imparcial k o narrador é xD
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSáb Set 29, 2007 1:26 am

Sem dúvida que escreves muito bem! Tens mesmo talento, e estou a gostar bastante da história em si!
Nem tenho palavras! Continua! Very Happy
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSáb Set 29, 2007 9:26 pm

Obrigada pelos comentários ^^

---


Capítulo III – “Futuro”


O tempo voou, levando consigo os últimos restos do calor solar, que foram gradualmente substituídos pelas brisas refrescantes do Outono. Mel continuava com a sua vida habitual, cantando em bares à noite, para ajudar Jen com as despesas, e estudando à tarde, mais por obrigação do que por vontade.

Estava a caminhar de volta a casa, depois de mais um dia de aulas exaustivas. Andava devagar, com os fones do mp3 enterrados nos ouvidos, música estridente saindo deles. Os cadernos na mão, a caneta por trás da orelha, mais uma vez com roupas escuras. Na sua mente, vários pensamentos voavam e, mais do que gostaria, pensava nos Tokio Hotel e em quando a vencedora seria anunciada. Apenas mais um dia normal.

Ainda.

---


Remexeu na bolsa preta, procurando pela chave de casa. Quando a encontrou, entrou rapidamente, fechando a porta e atirando os seus pertences para cima da mesa. Foi até à cozinha enquanto chamava por Jen. Não obteve resposta.

Encolhendo os ombros, não dando muita importância ao assunto, abriu a geleira procurando por algo para comer antes de se preparar para ir ao bar em que tinha de actuar naquela noite. Decidiu fazer uma simples sande, porque naquele dia a fome ainda não a tinha visitado.

“Que chato,” pensou, enquanto mordiscava o pão. Perguntava-se por quanto mais tempo tinha de aguentar aquela vida de rotina de que estava tão farta. Sentia-se como um pássaro numa gaiola. Queria esticar as suas asas e voar, voar ao mesmo tempo que cantava para todo o mundo por baixo de si, mas as grades de ferro suprimiam o seu desejo e obrigavam-na a piar as melodias de sempre dentro daquela prisão. Queria mostrá-las ao mundo. Era pedir de mais?

O seu desejo era tal que não se importava de se envolver com uma banda de que não gostava para o alcançar. Queria atingir o topo da fama. Ela via a banda como um atalho, nada mais do que isso.

Bocejou levemente enquanto ia para o seu quarto. Baixando o som do mp3 e pondo-o no bolso, atirou-se para a cama e pegou no telemóvel, mexendo nele sem muito interesse. De repente, ouviu a campainha soar por todo o apartamento.

- Ai, não me digam que ela se esqueceu outra vez das chaves… - resmungou, levantando-se e dirigindo-se à porta de casa.

- Quem é? – gritou para a porta, de forma a que a pessoa que estava do outro lado a ouvisse. Qual não foi a sua surpresa quando ouviu uma voz grave e forte responder-lhe com outra pergunta.

- Por favor, a menina Melody está?

Arqueou uma sobrancelha. Não lhe ocorria nenhum homem que pudesse ir à sua casa perguntar por ela. Nem sequer reconhecia aquela voz. Espreitou pelo orifício da porta e viu um homem de cabelos alvos, com uma prancheta na mão com vários papéis presos a ela e uma mala a tiracolo. Usava óculos e roupa pouco informal. Nunca tinha visto mais gordo.

- A quem interessa saber…? – inquiriu num tom desconfiado, não deixando de o observar. Ouviu uma risada baixa, à medida que o homem passou a mão pelo couro cabeludo.

- Peço desculpa, não estou habituado a este tipo de serviço… Estou aqui por causa do passatempo dos Tokio Hotel.

Mais rápido do que um relâmpago, Mel abriu a porta ao desconhecido, fitando-o com expectativa na face. O homem riu-se mais uma vez, abrindo os braços e exclamando:

- Parabéns!

---


A mil, não, a um milhão de quilómetros por hora. Era a essa velocidade que o seu cérebro voava, um turbilhão imenso girando em torno de todos os seus pensamentos. Tinha esperado por tantas semanas pela vinda daquele dia que, agora, estava até um pouco atordoada, quase sem saber o que fazer.

Parou por um instante, olhando em redor. Tinha roupas espalhadas pela cama, cabides em locais completamente inimagináveis, sapatos separados dos seus respectivos pares por largos centímetros, a escrivaninha numa confusão maior do que a do seu quarto. Suspirou, arrancando do armário as poucas roupas que tinham sobrevivido àquele furacão.

“Bem que podiam ter avisado com antecedência, mas não… Chegam-me aqui e tenho logo de me ir embora.”

Suspirando novamente, atirou com o resto dos seus pertences para a grande mala que tinha pousado no chão. Mas, enquanto empurrava todas as roupas e tentava fechar a abarrotadíssima mala, só conseguia pensar em como a portinhola da gaiola se tinha finalmente aberto.

---


Apareceu na sala, seguida do enorme objecto que demorara tanto tempo a preparar, tornando-se o alvo dos dois pares de olhos que lá se encontravam. Jen tinha finalmente chegado a casa, fazendo companhia ao homem de cabelos alvos, mas brincando com os seus dedos no colo, tique que demonstrava sempre que o nervosismo tinha tomado conta de si.

Quando a viu, levantou-se prontamente, dirigindo-se até ela com um olhar preocupado. Pousando as mãos nos ombros de Mel, parecendo a figura maternal que tinha perdido há tanto tempo, abraçou-a com força, sabendo que só dali a alguns meses se iriam voltar a ver.

- Toma bem conta de ti… - sussurou no ouvido de Mel, apertando-a vivamente mas sorrindo sempre.

- Sabes que sim – respondeu, segurando-a de volta. Separaram-se lentamente e, quando Jen tentou levar a sua mala, foi parada pelo homem que, sorrindo, disse que a levaria.

Desceram o prédio, encontrando-se no exterior em pouco tempo. Ambas as raparigas ficaram surpresas com o caro carro preto que esperava por Mel e ainda mais surpresas quando viram que ela tinha um motorista. Mel entrou no carro devagar, abrindo o vidro para se despedir mais um vez, antes do carro arrancar rumo à estrada.

- Hum… - hesitou Mel, tentando chamar a atenção do homem que ia no lugar do passageiro. Ouvindo, ele virou-se para trás, esperando pela pergunta – Tio, para onde vamos?

- Vamos para Berlim, para o estúdio de gravação, onde vais conhecer os rapazes. Ainda vamos demorar um bocado, por isso quando quiseres parar para comer ou assim, avisa-nos. Ah, - parou para tirar os óculos e, enquanto os limpava à camisola, disse – e chamo-me Saki, não tio.

- Está bem, tio – respondeu ela vagamente, olhando pela janela, vendo a entrada para a auto-estrada, sentindo o movimento das rodas debaixo de si aumentar. Ignorou o riso do tal Saki, mirando as árvores que voavam cada vez mais rápido por debaixo dos seus olhos. Sorriu suavemente.

O seu vôo estava apenas a começar.

---


No próximo capítulo: TH! (finalmente xD)

Comentem ^^
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeDom Set 30, 2007 1:20 pm

Ai o tio... XD

amei este ep, kero mais pah!!! maiss
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeDom Set 30, 2007 11:49 pm

Capítulo IV – “Encontro”


Sentiu uma mão forte abaná-la. Sonolentamente, abriu as suas orbes castanhas, movendo as pálpebras freneticamente para expulsar o sono e, ao mesmo tempo, habituar-se à escuridão.

- Chegámos – sussurrou Saki, quando se apercebeu de que ela estava finalmente acordada. Sentou-se rapidamente, esfregando os olhos e bocejando levemente. Saiu do carro, meio cambaleante, e olhou em redor.

Estava em frente a um imponente prédio, que reluzia naquela escuridão. O letreiro, onde se podia ler ‘Universal Music’, brilhava em tons escarlate, fascinando Mel. Sentia a sua boca ligeiramente aberta diante daquela visão, o coração pulando de expectativa e excitação. Apercebeu-se de um movimento do seu lado esquerdo, provocado por Saki, que se dirigia à entrada da gravadora.

- Vamos? – perguntou ele, sorrindo, parado em frente à porta. Respirando fundo, Mel fechou os olhos, apreciando aquele sentimento e, quando os abriu, apenas disse:

- Sim.

---


Devagar. Foi assim que ela se movimentou desde que entrou naquele edifício. Mirava tudo em volta, retendo tudo na memória, e sentindo aquele nervoso miudinho mas agradável. Caminhava por corredores, salas, espreitando por vezes por entre portas mal fechadas. Saki seguia à frente, sem se aperceber de nada. Tirou o pullover preto que tinha vestido, amarrando-o firmemente à cintura. Quando dava o nó final, bateu num corpo gigante. Olhou para cima, interrogando Saki com o olhar.

- É aqui – informou-a, apontando para uma porta de madeira fechada – Estás pronta?

Mel anuiu, sabendo que o que menos lhe importava agora eram os rapazes que ia encontrar pela primeira vez através daquela porta. Saki pareceu estranhar tal ausência de acção, mas deve tê-la associado a nervosismo, pelo que continuou o seu monólogo:

- Não te preocupes, eles são bons rapazes.

E completou a sua frase com um sorriso. Mel sorriu também, mais por educação do que por outro motivo. Ela estava-se borrifando para a banda. Sentia-se nervosa apenas por estar finalmente a concretizar o seu sonho, e por estar no edifício que lhe permitiria, finalmente, voar.

Saki começou a abrir a porta, dando-lhe prioridade, como qualquer cavalheiro que se preze. Ela começou a entrar, timidamente, cautelosamente. Espreitou pelos dois lados e avistou-os. Bill, Tom, Georg e Gustav.

Os Tokio Hotel.

---


Assim que a avistaram, os rapazes levantaram-se do grande sofá preto em que estavam sentados, a conversar, aparentemente, e rumaram ao encontro daquela rapariga desconhecida para eles. Mel preparou o seu melhor sorriso falso, à medida que os via dirigirem-se a ela.

- Hallo!

O primeiro a chegar até ela foi Bill, sempre com aquela fraca hiperactividade característica. Esticou a sua mão, que Mel aceitou educadamente. Enquanto a apertava, ele continuou a sua apresentação.

- Sou o Bill! Mas já deves saber isso.

“Ainda por cima, tem a mania que é engraçado…” pensou Mel, enquanto se ria com todos os outros. Largando a mão dele, para dar lugar às outras mãos que ansiavam a sua, apresentou-se também:

- Sou a Mel. Prazer em conhecer-vos.

Feitas as apresentações, os rapazes disseram-lhe para se sentar, à medida que a rodeavam, ansiando por novas informações. Ela ia respondendo, sempre com o mesmo tom educado, e revelava de onde era, quantos anos tinha, o que gostava de fazer. Sinceramente, sentia-se farta de todo aquele interrogatório, mas mantinha sempre o seu sorriso, acenando e rindo-se com todos.

- Nós vimos o teu vídeo. Tens imenso talento! – elogiou Tom, passado algum tempo, seguindo-se a concordância de todos. Mel, como previsto, sorriu e agradeceu.

O pássaro fora obrigado a fazer uma pequena paragem na sua viagem.

---


Atirou-se para a cama em frente a si. Com os braços ao longo do corpo, Mel suspirou, levando as mãos lentamente à cara.

“Ah, que chatos! Será que vou aguentá-los por tanto tempo?” pensou, enquanto respirava lentamente na cama. Os quatro tinham-na bombardeado com imensas perguntas, e sentia-se estafada. Para alguém que não gostava de falar sobre si, achava que tinha quebrado o recorde de perguntas naquele dia. Levantou-se, caminhando em direcção ao quarto-de-banho, pegando numa toalha branca e despindo-se vagarosamente.

Deixou aquela corrente de água morna percorrer o seu corpo, ensaboando-se, parando para sentir aquele agradável cheiro a framboesa do gel-de-banho. Conseguia sentir-se mais relaxada agora - aquele aroma tinha sempre aquele efeito nela. Depois de um longo banho, enrolou-se na toalha e foi para o quarto novamente. Observou-o mais minuciosamente.

Era um típico quarto de hotel cinco estrelas. Tinha chocolates por baixo das almofadas de cetim vermelhas, uma pequena geleira com doces e bebidas, uma óptima televisão, com imensos canais por onde escolher, os lençóis brancos cheiravam a lavanda. Uma enorme cortina, também escarlate, mergulhava o quarto numa escuridão acolhedora. Para ela, faltavam apenas velas.

“Talvez não seja assim tão mau,” reflectiu, sorrindo e procurando na sua mala algo para vestir. Enquanto estava ocupada com esta tarefa, ouviu um tímido bater na sua porta. Olhou para um relógio perto dela, onde ponteiros pretos a informavam que eram 22:30. Perguntando-se quem poderia ser àquela hora, ergueu-se contra a sua vontade, espreitando pelo pequeno orifício da porta.

Era Bill. Aquele enorme cabelo preto não enganava ninguém. Preparando-se mentalmente primeiro, olhou para o espelho ao lado da porta, sorrindo para ele, como se um simples sorriso para um espelho fosse igualmente suficiente para oferecer a Bill. Abriu a porta, encontrando-se frente a frente com ele.

- Ah, Bill! – exclamou, mantendo sempre o mesmo sorriso falso - Que se passa?

- Hum… - hesitou ele, não habituado a ir bater à porta do quarto de hotel de uma rapariga à noite, ainda por cima, de uma que se encontrava enrolada numa toalha e nada mais – Os rapazes e eu vamos jantar fora e depois dar uma volta por aí. Queria saber se também querias vir, ou…

Pela expressão que se seguiu, Mel percebeu que tinha deixado o seu sorriso descair. Pensando rápido, transformou a sua feição numa de cansaço, tentando encobrir o verdadeiro sentimento que a tinha assaltado com aquelas palavras.

- Desculpem lá, mas estou estafada. A viagem de carro demorou horas, e já me estava a preparar para ir dormir, de qualquer das formas…

Tinha resultado. Bill anuiu com a cabeça, sorrindo compreensivamente.

- Claro, quem melhor do que nós para perceber isso…? Bem, eu vou então. Dorme bem!

- Sim… Bom serão para vocês! – exclamou ela, enquanto Bill se virava para trás, para agradecer. Fechou a porta, deixando um suspiro sair. Pegou num pijama, vestindo-o rapidamente, afundando-se por baixo dos lençóis mais rapidamente ainda. Enquanto apagava as luzes, não conseguiu evitar pensar na sorte dela ao ter conseguido escapar àquele jantar.

Achava que, por aquele dia, já tinha estado com os Tokio Hotel tempo que bastasse.

---


Foi rápido desta vez ^^

Comentem Wink
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeQui Out 04, 2007 12:26 pm

Cada vez gosto mais, Sol !
Tens um talento fantastico .. devo dizer que tu simplesmente, brincas com as palavras !
Adoro a forma como escreves (como te digo sempre!)
^^ Küss Smile
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSex Out 05, 2007 9:12 pm

Adoro.

- A tua fic
- As tuas outras fics
- A maneira cm descreves tudo
- A maneira como escreves ..

Epah fantastico! ^^

Gosto muitoo
Uhh esta fic é magnefica

Twisted Evil
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSex Out 05, 2007 11:00 pm

Obrigada meninas *o*

Capítulo V – “Nervosismo”


Cabelo preto de um lado, cabelo loiro acastanhado do outro. Uma cachoeira de caracóis negros poder-se-ia destacar no meio de duas cabeleiras originalmente lisas, não fosse o facto de uma delas apresentar-se em forma de rastas e a outra estar usualmente apontando em direcção ao céu. Mel estava no meio dos gémeos, balançando ao ritmo do carro, os olhos ensonados, esses sim contrastando com os dos outros quatro, que se apresentavam bem despertos.

Pondo a mão em frente à boca, Mel bocejou inaudivelmente, esfregando um dos seus olhos negros logo de seguida. Bill olhou para ela e riu-se, fechando ligeiramente os seus olhos rodeados de escuridão quando o fez.

- Parece que alguém não dormiu lá muito bem – disse sorrindo, fazendo com que todas as cabeças se voltassem na direcção da rapariga. Todos ostentavam um igual sorriso, mais compreensivo do que troçador, apesar de Mel não ter reparado neste pormenor.

- Não estou habituada a acordar cedo… - respondeu simplesmente, a sua paciência ainda oscilante, ajudada pelo sono e pela forma como tinha acordado.

- Nós também detestamos acordar cedo! Menos o Gustav, claro.
Tom apontou na direcção do rapaz que tinha acabado de referir, rindo-se ligeiramente. Pondo as mãos por trás da cabeça, encostou-se às costas do banco preto, soltando um fraco suspiro.

- Mas depois habituas-te, não te preocupes. E, até lá, podemos sempre divertir-nos a acordar-te como hoje!

Todos os rapazes se riram mas a vontade de Mel estava longe de ser a mesma que eles. Tinham-na libertado do seu querido sono profundo, que tanto estava a gozar, entrando pelo quarto dela de rompante fazendo uma algazarra tremenda. Mel detestava acordar cedo, mas detestava ainda mais acordar cedo com barulho.

Bufou, aborrecida, levantando alguns cabelos com o ar que expirara da sua boca. Vendo isto, Bill deixou o seu sorriso morrer, deixando-o renascer logo a seguir, quando se dirigiu a ela:

- Vá, hoje foi uma excepção. Era só para te dar as boas-vindas! – os rapazes riram-se mais uma vez, enquanto Mel se controlava para não responder à piada. – Já não voltamos a fazer isso. Está prometido!

“Menos mal,” pensou Mel, enquanto revirava os olhos, suavizando a sua expressão. Bill pareceu satisfeito e virou-se novamente para Tom, continuando a conversa que tinham antes daquele pequeno aparte. Mel olhou pela janela por trás de Bill, apenas pedindo forças para aguentar aqueles meses.

---


Um pequeno solavanco avisou-a de que o carro tinha parado. A pequena rapariga viu, pelos vidros fumados do carro, o letreiro vermelho que tanto a tinha fascinado no dia anterior. Tom saiu primeiro, segurando a porta para Mel passar, fazendo um floreado exagerado em direcção ao edifício.

- Vamos, menina? – perguntou, ao que Mel respondeu com mais um dos seus sorrisos falsos, saindo da viatura elegantemente. Tom fechou a porta assim que ela se encontrava cá fora, aprisionando Bill no interior. Bill revirou os olhos, com uma cara de “Por que é que ele passa a vida a fazer coisas destas?”, enquanto abria a porta, fechando-a e correndo para acompanhar os rapazes, que soltavam altas gargalhadas no meio da rua.

Pela segunda vez, mas com o mesmo olhar curioso, Mel atravessou a porta principal, desta vez com a banda ao seu lado. Como uma pequena criança estupefacta, ela atravessou o hall, esperando enquanto os rapazes perguntavam qual era a sala que estava vaga naquele dia. Finalmente, após alguns minutos que lhe pareceram uma eternidade, os Tokio entraram num grande elevador. Mel seguiu-os, pondo-se de frente para a porta. Observou os números dos andares e sentiu um quase imperceptível desconforto na barriga quando iniciaram a subida.

Apanhou, dentre a conversa deles, o número 32, e presumiu, correctamente, que se estavam a dirigir para esse andar. A luz branca tinha acabado de mudar do 14 para o 15, quando sentiu uma mão pousar no seu ombro. Ligeiramente surpresa, virou-se e olhou para cima, encontrando os olhos cor de castanha de Tom.

- Vais conhecer os nossos quatro produtores hoje, mas não precisas de ficar nervosa. Eles adoraram o teu vídeo.

Parou um pouco, mirando o tecto, como que reflectindo e, quando voltou a fazer contacto com os olhos cor de carvão de Mel, piscou o olho, com o seu ar maroto característico.

- Ah, vais ficar bem… Se não ficaste nervosa quando me conheceste, então também não ficarás nervosa com os produtores!

“Tão longe da verdade…”

Mel riu-se com ele, parando imediatamente quando ouviu um pequeno ‘plim’, seguido da paragem do elevador. À medida que as portas se abriam, sentia o seu coração fazer uso de todo o espaço livre que possuía à sua frente, enquanto pulsava fervorosamente. Levou a mão ao peito, fechando-a e baixando a cabeça, mordendo o lábio inferior. Fechou os olhos e respirou o mais fundo possível.

Abriu-os num ápice, assim que sentiu um calor estranho na sua outra mão. A primeira coisa que viu, quando olhou para o dono daquele calor, foi um enorme sorriso, acolhedor, reconfortante. Os lábios que formavam aquele sorriso moveram-se, formando palavras que acalmaram o seu coração corredor por momentos:

- Vamos lá.

---


Como sempre, comentem ^^
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSáb Out 06, 2007 12:44 pm

Aiiii, como eu adoo a tua fic *_* tum gira pá....

sabes uma coisa? tou ansiosa pelo momento em que eles finalmente percebam que ela não é uma fã e que, se dependesse dela, podiam ir todos dar uma curva xD vai ser tummm giro mesmo

Vaii, quero mais, JÁ =P
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSáb Out 06, 2007 1:06 pm

AngelOfBlackDreams escreveu:
Aiiii, como eu adoo a tua fic *_* tum gira pá....

sabes uma coisa? tou ansiosa pelo momento em que eles finalmente percebam que ela não é uma fã e que, se dependesse dela, podiam ir todos dar uma curva xD vai ser tummm giro mesmo

Vaii, quero mais, JÁ =P

Obrigada ^^

E quem disse que isso vai acontecer...? Rolling Eyes Razz
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeDom Out 07, 2007 12:28 am

Quero mais mais mais!!! ^^
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeTer Out 09, 2007 12:03 am

Mas sera preciso dizer mais alguma coisa ?
Como sempre, adorei a nova parte da fantastica historia que, aos pouquinhos nos vais mostrando ! E alem do mais, (como sempre, mais uma vez) o enredo e a tus forma de descrever cada momento que vai passando pelas linhas que escreves e simplesmente espectacular !
Nao te digo para continuares, pois sei bem que continuaras ! Wink
Pra semana, ca estarei para ler a nova parte ! ^^
küss ^^
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeSáb Out 13, 2007 11:31 pm

Obrigada pelos comentários ^^

---


Capítulo VI – “Razões”


Direita. Esquerda. Em frente. Mel era guiada por Bill, que ainda segurava a sua mão, tal qual um explorador que, lenta mas seguramente, a ia introduzindo a um território desconhecido. Confiando no seu guia, Mel andava por corredores vazios, os vários pares de passos ecoando neles, enchendo o ar com sons ritmados.

Acabaram a sua marcha em frente a uma porta de madeira idêntica à que abria caminho para a sala onde os tinha conhecido pela primeira vez; desta vez, a porta liderava uma sala completamente diferente, assim como o turbilhão de sentimentos que Mel ostentava diferia drasticamente do que sentira no dia anterior.

À medida que todos pararam, Mel instintivamente apertou com força a mão que a tinha guiado. Não desviando o olhar daquela porta, única barreira que tinha de transpôr para ganhar mais um impulso para voar, a jovem respirou mais uma vez, expirando metodicamente. Bill, através de todos aqueles pequenos sinais, percebeu o seu nervosismo e sorriu diante dela. Parecia um pequeno pássaro assustado que, cautelosamente, se aproximava de um humano para debicar da sua mão. Ao mínimo movimento brusco, planaria dali para nunca mais voltar.

Tom abriu a porta, completamente à vontade e sem sequer reparar no estado da rapariga. Entrou sem cerimónias, esticando a mão para um dos vários senhores que lá se encontravam, esperando há já alguns minutos. Seguiu-se um frenesim de trocas de cumprimentos, à medida que a rapariga se encolhia à entrada da porta, um pouco tonta, sem saber o que fazer. Paralisada, até.

Um dos produtores acabou com aquela paralisia. Chegou-se à frente, apresentando-se como David Jost, apertando vigorosamente a mão de Mel. Era um senhor de meia-idade, provavelmente nos seus quarenta e tais. O seu cabelo, anteriormente de um negro uniforme, apresentava já alguns intrusos brancos e cinzentos, que se misturavam formando uma cabeleira lisa e curta. Era um pouco forte, algo que o seu traje preto não ajudava a esconder. Parecia ser bastante afável, à medida que, com o dedo indicador, puxou os seus óculos pretos para cima, colocando-os no devido lugar.

- Então, esta é a famosa Mel! – exclamou ele. – Fomos nós os responsáveis por te meter nesta alhada!

Todos os outros produtores se riram e David pareceu ter ficado satisfeito com tal reacção face a uma piada tão seca. Mel apenas sorriu, como de costume já, enquanto que, por trás de David, os rapazes todos reviravam os seus olhos, como que já habituados a tal postura.

- Presumo que saibas o que vens aqui fazer. Já temos uma música escrita aqui pelo Bill, precisamos só de alguns arranjos…

Pousando a sua grande mão em cima do magro ombro de Bill, David chamou-o para uma grande mesa que havia no meio da sala, repleta de papéis espalhados e desordenados. Todos os homens se sentaram em confortáveis ‘puffs’, mesmo perto da entrada, conversando como velhos amigos. Mel decidiu sentar-se num sofá que se encontrava mesmo no lado oposto deles, de onde tinha uma óptima visão para a mesa onde Bill e David debatiam a letra da música e a melodia que nela inseririam.

A sala era como um pequeno ‘hall’, com ‘puffs’ do lado direito e a mesa do lado esquerdo. Seguindo um pequeno corredor no meio de ambos, encontrava-se uma porta onde, num letreiro dourado, se podia ler ‘Estúdio’. Mel passou os olhos pelo compartimento rapidamente, não decorando detalhes frívolos, e voltou a focar-se em Bill e David.

Bill, naquele dia, não tinha perdido tempo com lacas, preferindo deixar o seu cabelo ao natural – “Se é que se pode chamar natural àquilo…” -, enfeitando-o apenas com uma simples boina preta, com algumas caveiras alvas de lado. O conjunto que o ornava era negro, com pequenos desenhos brancos na camisola. Como sempre, acessórios não faltavam e o típico lápis à volta dos seus olhos claros muito menos. As suas unhas negras e alvas acompanhavam os seus gestos frenéticos, enquanto discutia com o produtor a letra da canção.

Mel nunca gostara dos Tokio Hotel, desde a primeira vez que os tinha visto num videoclip na televisão, cantando acerca de uma monção. Para ela, eles eram apenas mais uma ‘boysband’ que desapareceria com o tempo, eventualmente. Ainda não conseguira perceber como alguém podia gostar tanto deles, a ponto do seu sucesso durar três anos e, ainda mais, se ter espalhado por toda a Europa.

“O mundo é um lugar estranho.” Era tudo o que podia concluir. A rapariga achava que grande parte do sucesso deles se devia aos gémeos. Quantas vezes, na sua escola, tinha ouvido raparigas suspirar por eles, chamando-os de “bons” e “lindos”. Ela achava tudo aquilo um grande golpe de ‘marketing’. Como podiam gémeos ser completamente opostos? Mel achava que aquelas personalidades estavam muito bem trabalhadas: um eterno romântico e um ‘playboy’ atrevido. Um deles teria de se encaixar nos sonhos mais profundos de qualquer rapariga.

Não se deixaria enganar por eles, já tinha decidido isso.

Vendo que Bill e David nunca mais se despachavam, resolvou arriscar levantar-se e ir ter com eles. Talvez pudesse ajudar. Os dois debatiam acerca de uma linha da canção, que não se encaixava bem no ritmo que David queria dar à música.

- Não achas que fica melhor assim, Mel? – perguntou Bill, apontando para uma linha escrita por ele. Mel leu-a, mostrando-se interessada, lendo de seguida a escrita pelo produtor. Reflectindo por algum tempo, passando o dedo várias vezes por baixo das linhas, à medida que as relia, Mel finalmente disse:

- Não acham mais fácil eliminar esta linha e repetir a de cima?

Bill e David curvaram-se para a frente, pensando acerca das palavras de Mel. Quando finalmente se entreolharam, ambos ostentavam um olhar de ‘como ainda não tínhamos pensado nisso?’.

- És um génio, Mel! – proclamou David, à medida que riscava ambos os versos e reescrevia o de cima. Bill sorria, notavelmente satisfeito.

Cada vez mais achava que a escolha dos produtores em escolhê-la tinha sido a mais acertada.

---


Talvez não poste mais esta semana... Falta de tempo -.-'

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Última edição por em Qui Out 18, 2007 11:10 am, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeDom Out 14, 2007 2:21 am

._.
Maravilhoso. Tens realmente talento :3
And I like that
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeDom Out 14, 2007 4:46 pm

Aeee

Gosto tanto das fics da sinhora Sol


*.*


Quero um new cap rapido! What a Face
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeDom Out 21, 2007 11:01 pm

Depois de muito espremer, saiu mais um capítulo xD

---


Capítulo VII – “Recomeço”


Três semanas.

À medida que se deixava ser guiada para o estúdio mais uma vez, Mel matutava acerca desta grandeza temporal que, talvez por parecer algo pequena, pudesse parecer também algo insignificante. Porém, nunca num tão curto espaço de tempo conseguiu sequer pensar em poder viver tanto.

Em apenas vinte e um dias tinha enfrentado o mundo da música e, com cada nota que fluía de si para o exterior, ia ganhando terreno, vagarosa mas fortemente, conquistando não só os corações de quem a ouvia, como também o seu próprio bem-estar.

Sentia-se livre enquanto cantava. Refugiada de todos os outros, explorava a cada dia o seu mais ínfimo interior, exteriorizando uma beleza tal, que forçava todos os olhares sobre si. Inspirou profundamente, fechando as suas orbes preguiçosas, à medida que várias lembranças assaltavam a sua mente.

Conseguia lembrar-se com perfeição do mais supérfluo detalhe do primeiro dia em que cantara. Do negro microfone que a fitava, esperando a sua voz melodiosa, de todos os vultos que se encontravam frente a ela, separados por um vasto vidro, esperando ansiosos pelo espectáculo, até do tom da folha que segurava na sua mão direita, contendo todas as notas e fonemas que entoaria.

À medida que sugara o ar à sua volta para libertar a primeira nota, tudo se esvaíra. Para ela, nada mais existia a não ser a escuridão à sua volta e a música nos seus ouvidos. Não conseguia ver Bill, completamente hipnotizado pela sua voz, hipnose essa que tinha sido contraída por todos os que se encontravam naquela sala. Não conseguia ver as várias bocas entreabertas, travadas no tempo, absorvendo avidamente cada nota, e esperando sempre por mais. Não via nada.

Mas nunca se sentira tão bem na sua vida.

Abriu os seus olhos pretos, observando curiosamente os membros da banda, absortos em conversa. Bill gesticulando como já era habitual e rindo-se, Tom com a sua expressão marota suavizada, juntando-se à alegria contagiante do seu irmão, Gustav e Georg sorrindo ao ver a maluquice dos gémeos. Encostando a sua cabeça ao vidro da janela do carro, Mel apenas os fitou por algum tempo.

---


À medida que as ruas iam ficando cada vez mais frias, o Inverno tomou posse do Outono. As inúmeras bicicletas que tomavam conta das estradas de Berlim viam-se montadas por pessoas cada vez mais agasalhadas, tentando apressar-se sempre, para chegar o quanto antes a um sítio quente.

Mel tinha acabado de chegar ao seu quarto. Atirou com a sua pequena mala para um canto da sua comprida cama, levantando os seus braços e parando para se espreguiçar por momentos, sentindo o seu corpo tenso mas aproveitando aquele singelo prazer. Expirou lentamente, enquanto se atirava para cima de um sofá preto, os seus membros completamente dispersos e cansados.

Tinha sido um dia exaustivo. A música, após várias semanas, estava finalmente acabada. Já perdera a conta de quantas vezes tinha feito coros e vozes de fundo para, logo a seguir, fazer outros diferentes pois, para o produtor, a música tinha de ficar perfeita, o que implicava várias vozes sobrepostas, todas em tons diferentes. Trabalho não faltara, mas sentia-se imensamente satisfeita.

A canção transbordava primor. Por mais estranho que lhe parecesse, a sua voz tinha encaixado na de Bill, ambas fundidas numa só melodia uniforme. O seu tom soprano embelezava as notas mais graves do jovem, conferindo-lhes um toque ainda mais peculiar. O resultado final misturava aquela confecção bombástica com os acordes de Tom e Georg e a batida constante de Gustav, criando uma forte mas doce balada.

Com todos aqueles pensamentos em mente, associados ao seu cansaço, Mel sentiu as suas pálpebras ganharem peso, fechando-se lentamente, convidando o seu corpo a um descanso merecido.

Slam!!

Mel levantou-se como se tivesse apanhado um choque. Levou as mãos à face, esfregando os olhos e tentando fazer o mesmo ao sono que sentia. Ouviu, como que muito distante, a voz de Bill. Não a sua voz brincalhona e límpida de sempre, mas uma voz estridente, de quem tinha acabado de a usar para algo mais caótico do que cantar. A voz de Tom sobrepôs-se à dele, também ela atingindo tons não usuais.

Era fácil perceber o que tinha acabado de acontecer. Os gémeos, aquele par inseparável e sempre unido, tinham discutido. Levantando-se preguiçosamente, Mel pegou na chave do seu quarto, abrindo a porta e correndo para o quarto ao fundo do seu corredor. Bateu levemente na entrada, esperando por uma resposta que não veio. Aumentou a sua força gradualmente, as pequenas batidas ecoando pelo corredor vazio.

Ouviu a voz de Gustav, abafada pela barreira de madeira, dizer apenas uma palavra:

- Bill?

Revirando os olhos, Mel respondeu negativamente.

- Posso entrar?

Sentiu Gustav hesitar, e conseguia-o imaginar mordendo o lábio inferior, procurando por uma resposta adequada àquela situação.

- Mel, sabes, não é…

- Está bem, Gustav, já percebi.

Com isto dito, Mel deu meia volta, afastando-se do epicentro do pequeno sismo que assolara aquele silencioso corredor. Caminhou até ao elevador, chamando-o de volta para cima, escutando o pequeno ‘plim’ característico. Entrou nele e pressionou o botão do rés-do-chão. Sentiu o já habitual desconforto na barriga, à medida que iniciou a sua descida.

Enquanto descia, pensava em por que raio estava tão preocupada. Simplesmente, não conseguia ver ninguém a sofrer, quando sabia, por experiência própria, que esse era um dos piores sentimentos do mundo. Custava-lhe também ver dois irmãos discutir, quando ela própria não tinha tido uma família em condições. O que ela não daria para ter alguém com quem pudesse compartilhar aquele laço único que unia os Kaulitz.

As portas em frente a si abriram-se de rompante, quebrando a sua corrente de pensamentos, à medida que a pequena jovem saía, olhos atentos a qualquer cabeleira preta que encontrasse. Perscrutou o ambiente à sua volta e notou logo num alto vulto à saída do hotel. Andou em passos largos em direcção a ele, saindo do hotel e apanhando logo com o vento forte na face, à medida que se amaldiçoava por não ter levado um casaco. Enfiou as mãos nos bolsos do ‘pullover’, posicionando-se mesmo atrás de Bill.

- Ei.

Bill nem se virou. Apenas olhava para os seus pés, envoltos nuns ténis pretos, mãos nos bolsos das calças, olhar triste. Encostado a um pequeno suporte a que chamam corrimão, levantou o seu pé, apoiando-o numa das suas fendas. Expirou, formando uma pequena nuvem branca que logo se dissipou.

Mel deu a volta ao corrimão, sentando-se nele, logo a seguir a Bill. Esfregava as suas mãos por dentro do ‘pullover’, tentando provocar uma pequena chama interna, que a aquecesse pelo menos por uns momentos. Olhou para o rapaz.

- Então, não dizes nada?

Bill soltou um minúsculo riso, olhando-a nos olhos pela primeira vez. Fitou-a com os seus olhos entristecidos, que Mel reparou logo não estarem ornados com a sua escuridão usual.

- Que queres que te diga…? – perguntou.

- Se estás bem – respondeu ela. E acrescentou, num tom mais animado – Sempre me disseram que tenho jeito para ouvir as pessoas.

Um vestígio de um sorriso espreitou pelos lábios de Bill. Moveu a sua cabeça para cima, contemplando o céu escuro, sem nenhuma estrela à vista. A Lua presenteava esse mesmo céu com alguma luz, luz essa que se destacava naquela tela. Ela era tal qual uma mancha de esperança no meio de uma tristeza extrema.

- Queres saber como me sinto…?

Mel soltou um pequeno ‘sim’, virando-se para ele, esquecendo as suas mãos congeladas por momentos. Ainda olhando para a abóbada celeste, o jovem apontou para cima.

- Vês o céu? – Mel acompanhou o seu olhar, os dois jovens mirando aquela grandiosidade por cima das suas cabeças – Sinto-me tal e qual como o céu hoje.

Baixando o seu olhar, o par olhou um para o outro. Bill sorriu, acrescentando apenas:

- Lua incluída.

Coraram os dois ligeiramente com aquelas palavras. Mel não conseguiu evitar sorrir face a palavras tão doces, o que fez com que o sorriso de Bill se expandisse ainda mais.

- Finalmente… – murmurou apenas. Mel fitou-o interrogativamente, como que procurando uma justificação por aquele murmúrio. Bill saiu da sua posição, caminhando um pouco, ficando alguns passos à frente de Mel. Ainda olhando para o céu, rodou o seu corpo para trás, fitando agora os seus olhos questionantes.

- Foi a primeira vez que sorriste verdadeiramente desde que vieste para cá.

Aquelas palavras fizeram Mel sentir-se como uma criança apanhada em falta. Ficou totalmente imóvel, o seu sorriso morto e substituído por uma expressão atarantada. Bill fitava-a curiosamente, ainda sorrindo.

- Desde quando é que vocês…? – Mel não conseguiu acabar a frase. Bill olhou para cima, como que matutando acerca da questão.

- Hum… Bem, eu soube logo na primeira vez que te vi – informou-a, ainda a alguns passos dela – Os rapazes, eventualmente, acabaram por descobrir também.

Mel sentia-se desiludida consigo própria. Como pudera ter sido tão ingénua a ponto de pensar que ninguém ainda tinha reparado na falsidade que emanava dela cada vez que estava com os rapazes? Baixou a sua cabeça, verdadeiramente envergonhada. Distraiu-se aquecendo as suas mãos mais uma vez.

- Mas não te preocupes… Isso não quer dizer que não gostemos de ti. Muito pelo contrário – rindo-se, acrescentou –, assim foi mais giro. Um desafio é sempre bem-vindo.

Apesar de Bill se ter rido, ela não conseguia fazer o mesmo. Sempre se sentira tão segura de si, e só agora soubera que isso tinha sido uma mera ilusão. Suspirou, tentando levar as mãos à face, mas parando a meio por causa do frio, recolhendo-as novamente no seu fraco abrigo. Sentiu um pequeno floco branco pousar na sua cabeça, seguido de outro e outro.

- Oh. Desculpa.

Com isto dito, Bill dirigiu-se a ela, encurtando a distância entre eles, à medida que despia o casaco preto que o ornava, pequenos flocos agarrando-se à sua roupa e ao seu cabelo solto. Chegando perto dela, tirou as suas mãos das fendas do seu ‘pullover’, enquanto a vestia com o seu casaco quente. Mel olhou para ele, nem sequer acreditando que alguém pudesse não estar zangado com ela depois da falsidade com que o tinha tratado. Quando Bill pôs o braço direito dela ao abrigo do frio, não conseguiu evitar.

Abraçou-o com força. Bill ficou surpreso com esta reacção por momentos, mas retribuiu-o, afagando os seus cabelos negros. Sentiu Mel, por baixo de si, começar a soluçar violentamente, enquanto ele a sossegava, uma cortina branca envolvendo-os, contrastando com a rua completamente deserta e cinzenta. Os dois ficaram ali por algum tempo, Mel ainda sentada no corrimão, e Bill de pé reconfortando-a, dois corpos quentes aquecendo-se mutuamente na noite gélida.

O céu tinha acabado de mudar de posição.

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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitimeDom Out 21, 2007 11:09 pm

Como sempre adorei o capitulo ^^
=)
.. Cada vez gosto mais !
Continua, onee-chan ^^
küss =)
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MensagemAssunto: Re: 'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!)   'Déjà Vu' ~ Epílogo (done!) Icon_minitime

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