Nome: Adeus...
Status: Acabada
Shippers: Tokio hotel, outra personagem
Tipo: romance, drama
“Adeus…”
Nunca esta palavra foi tão sentida como hoje… Hoje disse-a pela última vez aos meus amigos… Chamo-me Cristina, tenho 20 anos, e já estou à tempo demais neste mundo… A minha vida já não faz sentido aqui.
Vivo com um punhal a baloiçar sobre a minha cabeça. Lembro de cada palavra do médico naquele dia à 1 ano atrás. Tenho um aneurisma e tanto posso viver mais 20 anos como mais 20 segundos… Já não me interessa o que os outros dizem ou pensam… Os meus pais já não estão aqui, estou sozinha… Acordo todas as noites com o mesmo pesadelo… A morte dos meus pais.
Estou em Lisboa, terra que nem sequer é a minha. É dia 1 de Junho e são 2h da manhã, sinto o vento bater na minha cara, ele é mais forte aqui em cima da ponte.
Estou sentada na grade da ponte, a ganhar coragem, não passa ninguém na ponte, a cidade está deserta.
Olho para a água…ela chama…Vejo o reflexo dos meus pais a sorrirem nela…Não vale a pena adiar mais… Fecho os olhos e solto as mãos da grade…
Sou agarrada… Sinto-me ser puxada para cima da ponte outra vez.
Abro finalmente os olhos, aquele rosto, era-me tão familiar. Ele sorri para mim como se nada tivesse acontecido. Como se não tivesse acabado de parar uma tentativa de suicido… Passa a mão pela minha cara e diz-me com uma voz doce e calma, falando em inglês:
- Estás bem? Não devias pensar em matar-te…
- Estou bem… Obrigado…
- Queres que nós te levemos a casa?
Só quando ele pergunta isto é que olho à minha volta. Três rapazes olham para mim de dentro de uma carrinha preta. Parecem chocados com o que acabam de presenciar. Ele puxa-ma as mãos e ajuda-me a levantar. Bill… Ele salvou-me… Salvou-me por hoje… Não me salvou do meu destino…
- Onde moras? Nós levamos-te lá. – diz-me com uma voz doce. Estava tão calmo que me deixava constrangida… Tinha acabado de ser salva por um dos meus ídolos. Tinha sido salva por uma pessoa que julgava nunca vir a conhecer.
- Eu fico aqui… Não te preocupes comigo… Eu volto sozinha. – respondo-lhe começando a afastar-me. Ele agarra-me o braço e abraça-me puxando-me para a carrinha.
Dentro da carrinha os rapazes olham para mim e sorriem. Tentam ser simpáticos, mas no fundo sei que estão a pensar que sou doida. Tom sussurra ao ouvido de Bill que lhe dá um safanão logo de seguida.
A carrinha pára em frente a um hotel. Saímos, Bill não me larga. Parece ter medo que eu fuja. Eu quero fugir. Ele não me conhece, não tem de se preocupar comigo.
Sinto-me fraca. Não tenho força para o contrariar. Sigo ao seu lado para dentro do hotel, do elevador, de um quarto, …
Sento-me num sofá, ele senta-se no chão à minha frente. Espera que eu fale. Tenho de falar, devo-lhe uma explicação.
- Desculpa pelo que presenciaste. Mas é a minha única saída. – as lágrimas correm-me agora pela cara. Ele agarra as minhas mãos.
- A morte nunca é uma saída…
- Mas é o meu destino, eu estou destinada a morrer, estou sozinha neste mundo e tenho um aneurisma. Posso morrer a qualquer momento. Não devias estar comigo.
Ele limpa-me as lágrimas. Olha-me com os seus olhos de chocolate e sorri.
- Mas eu quero estar contigo. És linda. – diz esta última frase num sussurro e ergue-se.
Sem eu contar beija-me carinhosamente os lábios. Aquele beijo… Esqueço tudo o que se passa na minha vida. Ele levanta-se e dirige-se à casa-de-banho.
- Fica à vontade. Volto já.
Vira-se em direcção à casa-de-banho e entra nela. Levanto-me e dirijo-me à janela. Que vista linda. Não quero morrer… Sinto uma tontura, uma dor forte na cebeça… Não…
- Bill?!
Ele aparece na porta e olha-me.
- Obrigado.
-Obrigado pelo quê? – pergunta franzindo a sobrancelha.
- Obrigado por me teres feito feliz por umas horas. Obrigado por me teres dado mais umas horas de vida…
A sua cara mostra confusão pelas minhas palavras… Não entende o que quero dizer. Dirige-se a mim:
- Mas … O que queres dizer com isso?
- Amo-te…
Fecho os olhos…
- Adeus…
Assunto: Adeus... (one shot) 
Ter Jul 15, 2008 1:04 am
